quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Brinquedos

Antes de mais nada: em casa só se ganhava brinquedo novo no aniversário, no Natal e no dia das crianças - ponto! E não existia brinquedinho de R$ 1,99, nem essa variedade de marcas e modelos.
A primeira boneca que me recordo era de pano, chamava-se Miriam e era feita de feltro preto e cabelos de lã da mesma cor. Dormia comigo, firme, com a metade do rosto sufocada sob o travesseiro. Babei tanto nela que o tecido ficou puído e dava pra ver o enchimento de algodão branco. 
Também tive uma Mônica de plástico, estática, com o polegar apontando um "joinha" eterno e aquele sorriso expondo os dentões naquela cabeçorra.
Lembro-me também de uma Emília, também de pano e que amei demais. Essa era mais bem feitinha, mais "moderna". E é a primeira que eu me lembro de ter ganhado do meu pai num Natal - das anteriores não me lembro a data.
E apesar de ter ganho outras bonecas, minha paixão sempre foram os jogos. Ludo, Damas, Dominó a princípio. Depois, Detetive, Banco Imobiliário, Resta 1 e outros jogos de tabuleiro.
Meu pai me ensinou a jogar baralho, buraco, pife-pafe mas nunca conseguiu me ensinar truco.E também não aprendi a jogar xadrez. 
Minha irmã trabalhou numa empresa que presenteava os filhos dos funcionários e embora eu não o fosse, sempre participei das festas de confraternização e ganhava meus brinquedos: Laranjinha, Boca Rica, Pula-Pirata. E não pense que era assim, aleatório. O funcionário escolhia qual presente seu filho receberia. Só brinquedos da Estrela, que na época imperava nesse mundo. 
Outra coisa que também me lembro é que no mês das crianças, a mesma Estrela lançava um catálogo com as novidades (tipo um folder de supermercado) que trazia uma máscara de algum personagem ou herói e era distribuído nas lojas de brinquedos. E eu ficava tão feliz com a máscara que até esquecia das tantas opções ilustradas. 
Hoje vejo meu filho ganhando alguns brinquedos caríssimos e se divertindo muito mais com uma espada de plástico. Criança é tudo de bom sempre.
Fui!


 

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Natais (parte I)...

Não me lembro de ceias de Natal na minha infância. Minha família (e acredito que de nenhum dos meus amigos) não tinha esse costume. Minha mãe dizia que o Papai Noel só trazia os presentes se a gente estivesse dormindo... Sempre me intrigou o fato de não ter chaminé em casa e ele entrar mesmo assim! De qualquer maneira, a véspera era um dia normal e na manhã do dia 25... sim! lá estava meu presente embaixo da árvore. 
Aliás, a árvore era bem simplezinha, envolvida com festões prateados ou dourados e bolas de vidro bem fininho (que minha mãe ficava o tempo todo vigiando pra que eu não quebrasse e me cortasse) e a ponteira (que não era estrela) também era do mesmo material. Montava-se e desmontava-se a mesma árvore todos os anos (não se deveria quebrar a sequência de 7 anos, não sei porque), trocando ou substituindo eventuais enfeites quebrados e só se desmontava a árvore no dia de Reis (6 de janeiro). Também era difícil de se ver nas casas pinheirinhos verdes artificiais ou mesmo naturais. O lance eram as árvores prateadas!
Como não se tinha a variedade de hoje, a improvisação era imprescindível! Até algodão a gente usava pra imitar flocos de neve (!). Ah, e nada de luzinhas também... O meu sonho era ver uma árvore daquelas dos filmes e desenhos da Disney, com bonecos de pão de mel, bengalinhas bicolores, bonecos de neve... 
Hoje existem várias dessas nos shoppings de São Paulo, que aliás são lindas e enormes mesmo!
Fui!